Movimento de desbancarização gerou investimento de R$ 45 bi em tecnologia no setor
A tendência de afastamento dos bancos em favor de soluções financeiras mais ágeis está impulsionando um investimento significativo em tecnologia por parte das cooperativas de crédito. Segundo a Febraban, essas instituições direcionaram mais de R$ 45 bilhões para avanços tecnológicos somente no ano passado. Esse movimento reflete a priorização da inovação como um fator-chave para a manutenção da competitividade no setor financeiro. A digitalização e a descentralização bancária, especialmente evidenciadas com a ampla adoção do Pix, estão remodelando as operações, com a Inteligência Artificial (IA) emergindo como uma ferramenta essencial para proporcionar transações bancárias mais eficientes, seguras e personalizadas aos clientes.
Luiz Fernando Maluf, especialista em tecnologia financeira da dataRain, destaca a importância da implementação de tecnologias avançadas, como a IA, para atender às crescentes demandas dos clientes e às novas regulamentações, como o Open Finance e o Real Digital (DREX). “A IA está, sem dúvida, moldando o futuro dos serviços bancários e redefinindo a forma como interagimos com o dinheiro”, afirma Maluf.
Além de melhorar a experiência do usuário, a IA está sendo cada vez mais utilizada para análise de dados, permitindo uma oferta de serviços mais personalizada. Maluf explica que a IA pode compreender os padrões de comportamento dos consumidores, indo além da simples avaliação de crédito, e assim, proporcionar soluções mais adequadas para cada cliente.
No que diz respeito à segurança, a IA também desempenha um papel crucial na detecção e prevenção de fraudes, utilizando tecnologias como reconhecimento facial e análise de dados em tempo real. No entanto, Maluf destaca que os bancos enfrentam desafios regulatórios significativos, especialmente no que diz respeito à qualidade e legitimidade dos dados, bem como os custos associados à implementação de modelos de IA.
Em suma, a tecnologia está transformando a relação entre clientes e instituições financeiras, priorizando a personalização e a eficiência. Para as cooperativas de crédito, é vital abraçar essas inovações para permanecerem competitivas e oferecerem um serviço de qualidade aos cooperados.
Exemplos cooperativistas
Cases de sucesso demonstram o potencial das cooperativas na adoção da IA para aprimorar seus serviços e atender às necessidades dos cooperados.
Cooperativas de crédito já lançaram, por exemplo, o Organizador PJ, uma solução de gestão financeira empresarial que utiliza Inteligência Artificial e Open Finance para auxiliar micro, pequenas e médias empresas na administração de seus negócios.
Também já foi possível ver a utilização da IA para segurança cibernética, com a aplicação User Behaviour Analytics (UBA) e reconhecimento facial para transações seguras. Nessa mesma linha, já vemos em algumas instituições cooperativistas o assistente virtual, que oferece suporte aos cooperados, fornecendo informações e facilitando as operações financeiras.
Esses exemplos demonstram o compromisso das cooperativas em adotar tecnologias inovadoras para melhorar os serviços oferecidos aos cooperados e garantir sua relevância no cenário financeiro atual.